
Ao longo de praticamente toda a minha vida transportei comigo um sentimento de inadequação, como se não encaixasse totalmente em lado nenhum mas ao mesmo tempo pertencesse a todo o lado…
A maior parte das vezes não me identificava com os sítios onde estava, as pessoas com quem estava e tinha uma ânsia enorme de me “pôr a mexer” dali para fora. E mexia.
Mas só para voltar a sentir o mesmo noutro sítio, com outras pessoas…
Não me entendam mal, não é não gostar dos sítios, não é não gostar das pessoas, é sentir que tem que haver algo mais…algo diferente…
Porque isto me incomodava, como se eu fosse uma peça perdida de um puzzle que não encaixava em lado nenhum, uma carta fora do baralho, pus-me a investigar.
E percebi então que não era a única, que muitas pessoas tal como eu, talvez até mesmo tu, se sentem muitas vezes assim e que isto nos incomoda.
Durante a pesquisa encontrei a expressão antevasin (अन्तेवासिन no sânscrito original) que significa “aquele que vive na fronteira” e portanto, entre dois mundos” .
Esta expressão era usada para designar aqueles que deixavam as vidas nas aldeias para viverem mais próximos das florestas onde habitavam os mestres espirituais.
Dessa forma podiam conviver tanto com os aldeões como com os grandes mestres (e até vir a ser um deles)
Assim passavam a ser alguém que vivia na fronteira e circulavam entre os dois mundos distintos o que lhes dava a oportunidade de observar modos de vida diferentes e adquirir conhecimento e experiência.
WOW!!!
Era isto mesmo!!
Um antevasin é então alguém que não se identifica com determinado estilo de vida e nem com o seu oposto, mas que se “passeia” entre eles.
Por exemplo, alguém que não quer viver sempre no mesmo sitio, fazer sempre as mesmas coisas, casar, ter filhos, ter um emprego tradicional, mas que também não quer largar tudo e virar eremita.
Então esta pessoa caminha entre os dois (ou mais) estilos de vida, absorvendo o que cada um tem de melhor para lhe oferecer.
Se tu te identificas, como eu, com o que acabo de descrever, tranquiliza-te porque está tudo bem. Não há nada de estranho contigo.
Ninguém tem que se adaptar a nenhum padrão para ser feliz, até porque o segredo da felicidade está em viver de acordo com o teu coração, com a tua essência.
Deves a ti mesmo viver de acordo com aquilo em que acreditas e te faz feliz.
1 – Explora o mundo à tua volta
Não deixes que a correria do dia a dia te impeça de apreciar uma bela paisagem, um restaurante simples com comida deliciosa, o prazer de caminhar descalço na relva ou na praia, a chuva fresca na cara…
2 – Mantém-te aberto a novas experiências
Experimenta fazer coisas diferentes; vai a uma aula de dança, faz uma aula de vela, conhece outra área diferente da tua profissão…
3 – Atravessa fronteiras
Permite-te sair da tua zona de conforto (Calma! Não é para ser radical se não sentes vontade!).
Sair da zona de conforto é apenas não deixar que o medo te iniba de fazer coisas que sempre desejaste experimentar, fazer, provar; sair da zona de conforto é aceitar os desafios e permitirmo-nos melhorar; é dar o primeiro passo e perceber que afinal TENS TODAS AS CONDIÇÕES PARA O FAZER.
4 – Zero preconceito
Se existe alguma coisa capaz de nos impedir de viver novas experiências é o preconceito.
E o preconceito pode aparecer em diferentes embrulhos; podes imaginar que determinadas coisas são só para jovens, ou só para homens, ou só para mulheres, ou só para os mais velhos e estas crenças (preconceitos) só servem para te limitar.
Não coloques etiquetas. Se tens vontade, FAZ.
5 – Conhece pessoas diferentes
Se conviveres apenas com pessoas como tu estarás a viver numa câmara de eco, onde as opiniões serão como as tuas, o modo de vida como o teu… nada de novo virá daí.
Não digo que deixes de te dar com elas mas acrescenta pessoas novas e com experiências diferentes das tuas.
Assim podes sempre aprender mais.
6 – Fala contigo e ouve-te
Um passo fundamental para quem se deseja conhecer e encontrar o seu lugar no mundo é ligar-se com o seu eu interior.
Da mesma forma que falas com outras pessoas, fazes perguntas e respondes, conversa contigo mesmo.
Ah! Eu disse da mesma forma que conversas com os outros, e isso significa falares contigo com respeito, amabilidade e sem julgamento.
7 – Tu não és um robot
Vive de forma consciente não em piloto automático.
Assume que o comando da tua vida é teu e como farias com um barco só a ti compete traçar as rotas por onde queres navegar.
Não tenhas medo de ser diferente e escolher outro caminho.
Lá porque todos vão pela direita não quer dizer que tenhas de ir também.